terça-feira, 6 de maio de 2008

Nani

Um pouco de humor e muita cultura pra variar...

ECCE HOMO

Quando ele nasceu e quando lhe deram um tapa para que ele chorasse, disseram como Leonardo Da Vinci disse a estátua de Moisés: parla. E durante sua vida era como papel-carbono do já vivido e dito. Nada muito moderno como a clonagem!
Pronunciou suas primeiras palavras quando começou a andar, como Neil Amstrong na lua: é um pequeno passo para o homem, mas um passo enorme para a humanidade. Na escola tinha piolhos embaixo dos caracóis de seus cabelos, como Roberto Carlos e Caetano Veloso. Mamou na mãe como os políticos mamam nas tetas da nação. Teve um mestre como carinho, como Sidinei Poitier. Frequentou o cinema paradiso teve um domingo no parque, como Gilberti Gil, e como Carolina, do Chico Buarque, viu o tempo passar na janela, onde esta dava de frente pro crime, como queria João Bosco e Aldir Blanc.
Foi batizado num rio em Campos de Jordão, o mais perto a que chegou de simular Jesus. Teve tutores e maioridade como Dom PedroII. Passou por uma fase de psicose, tinha na gaiola um Falcão Maltês. Morava em Casablanca, pegava um bonde chamado desejo para ir à Nova York, cidade sitiada. Recebeu uma proposta indecente, foio trabalhar com o Poderoso Chefão e acabou sendo um homem que burlou a Máfia. Sentia-se iluminado e, nos embalos de sábado à noite, pegou o Titanic e se afogou no Cabo do Medo. Apaixonou-se pela mulher ao lado, uma loura que nunca foi santa. Noivo neurótico, noiva nervosa, uma mulher à beira de um ataque de nervos, foi enterrado muito além do jardim. Onde, à meia-noite, Zé do Caixão ia lhe levar a alma.
Em sua lápide, no Parque dos Dinossauros, se lê o seu epitáfio:
"Na vida nada se cria, tudo se copia".

Pequena "biografia" (não é bem uma biogarfia, vai...)

Ernani Diniz Lucas, criador da tira “Vereda tropical”, publicada em diversos jornais do país, Nani, ao contrário do que ocorre com a maioria de seus colegas, migrou dos desenhos para os textos que podem ser lidos às quartas, sextas e domingos no Jornal do Brasil. Redator dos extintos humorísticos “Sai de baixo” e “Escolinha do Professor Raimundo” e dos atuais “Casseta & Planeta” e “Zorra total”


E o cara deu uma entrevista pro site da Associação Brasileira da Imprensa detonando com o mau gosto da nossa querida população brasileira. Como a maioria se contenta com tão pouco. Leiam:

Há alguns anos, podia-se escrever humor na televisão para um público mais inteligente. Transformada em produto de massa, a TV é hoje consumida por um espectador menos exigente. A afirmação foi do cartunista, chargista e redator de humor Nani, ao gravar nesta terça-feira, dia 24, sua participação na série “ABI pensa o humor”, que integra o projeto Estação ABI. Em entrevista ao Diretor Cultural da ABI, Jesus Chediak, Ernani Diniz Lucas admitiu que teve de se reciclar para escrever para uma camada mais popular e menos letrada.

— A gente se torna dependente dos resultados de audiência. Além disso, a cultura do “politicamente correto” reprime certas abordagens. Às vezes, esbarramos em assuntos que não são mais aceitos. Por exemplo, antigamente havia os quadros de humor envolvendo a figura do ladrão, do gordo, além de temas como religião etc. Hoje, tudo isso está praticamente “censurado”. Nós, redatores de humor, achamos mais engraçadas as piadas que nunca vão ao ar. Nani destaca ainda que o texto de TV deve ser contemplado por expressões nacionais, sem regionalismos, para que os espectadores de todo o País entendam a piada. — Eu brigo por isso — diz.


E depois se quiserem visitem o site da ABI
http://www.abi.org.br/primeirapagina.asp?id=1728

Um comentário:

hora do crepúsculo disse...

http://horadocrepusculo.blogspot.com/

me adiciona na listinha do seu.. daí jah aparece o seu no meu tb?? =****